EDUCADOR SEMPRE....
Por sua etimologia, a palavra genocídio significa o assassinato físico de grandes massas de pessoas, não se aplica ao descaso com a educação. Mas, do ponto de vista conceitual, esse descaso significa a condenação de dezenas de milhões de brasileiros à tortura do analfabetismo, à fome e penúria da pobreza, à falta de informações e de oportunidades. Do ponto de vista de nação, é uma traição à Pátria, sua condenação ao atraso e ao subdesenvolvimento.
Independentemente do nome do crime, sua dimensão é de genocídio e suas conseqüências são de uma “outra AIDS” invisível no corpo, mas perceptível no espírito e no conjunto da nação. Uma “AIDS cinza”, a cor do cérebro, provocada pelo que o presidente Lula antes chamava de “custo do não fazer”, a partir do conceito chamado antes dele de “custo da omissão”. Negar educação é uma forma de cremar cérebros. O crime pode ser chamado de “neurocídio” – assassinato em massa de neurônios –, não pela ação de quem opera a câmara de gás, mas de quem faz de conta que não vê a fumaça subindo do crematório de cérebros. Durante a escravidão, “queimamos” africanos, jogando-os ao mar, condenando-os ao trabalho forçado, tanto quanto os nazistas condenaram e cremaram sobretudo judeus. Agora, cremamos cérebros ao negar o pagamento do PISO SALARIAL AOS PROFESSORES.
Como a África do Sul com a AIDS, no Brasil muitos consideram “genocidas” os que ameaçam o futuro ao queimar florestas, mas ignoram os que ameaçam o futuro de milhões de crianças de todo o País ao queimar-lhes o cérebro, negando-lhes a valorização de seus Professores.
Se negar o atendimento correto aos portadores de HIV pode ser considerado uma forma de genocídio por omissão, negar educação não deve ser considerado diferentemente.
Falo do “Negar Educação”, pois no momento em que já se completam três anos da aprovação do PISO SALARIAL DA EDUCAÇÃO, muitos municípios ainda andam na contramão do desenvolvimento tecnológico; deixando de cumprir com o pagamento dessa tamanha conquista para os Educadores brasileiros, por que não falar para toda a nação brasileira?. Agora, mais estarrecedor ainda, é saber que existem Prefeitos e Secretários de Educação que ao invés de cumprir com o pagamento do piso salarial, querem é tirar garantias conquistadas no plano de cargos e salários dos professores. Você Professor, que por ventura ficar sabendo desse possível desrespeito à categoria, junte-se a seu Sindicato para tornarem fortes e não aceitarem que isso aconteça.
Por: Raimundo Nonato - Presidente do Sindicato dos Servidores de Minaçu
(Adaptação do artigo do Senador Cristovam Buarque no Jornal O Globo de 24/10/09 – A outra AIDS)